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CONTO | Fugir

  Fugia da escola para ir para a praia. Assim que descia a sapata em direcção ao areal, largava na areia a mala de pano cru que carregava a tiracolo e arrumava, ao lado, com demasiado cuidado, quase com meiguice, um par de ténis de napa muito velhos, puídos, de cor indefinida que calçava sem meias. Depois corria pela areia fresca e húmida da cacimba da manhã. Os velhos pescadores que o recebiam com um sorriso e o integravam na sua labuta, substituíam, em melhor, a professora sisuda e autoritária que o acolhia com um cumprimento frio e desinteressado. A preparação dos apetrechos de pesca, o seu cheiro forte, já refinado, a maresia, as animadas conversas entre os homens, atiradas a despique, em redor de redes e anzóis, a satisfação do regresso com alimento, a antecipação do embarque balançado, eram-lhe muito mais entusiasmantes e desafiantes do que qualquer recreio, ou a satisfação de reconhecer as letras e os números. Sentir a frescura e aqueles milhões de grãos minúsculos sob a sola do

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